sábado, 27 de março de 2010

Negócio feito









Casa á venda. Sociedade de investidores interessada.

O Samuel, homem de negócios. Herança familiar e africana. Pedro, gestor, não deita dinheiro á rua, avalia criteriosamente.

O Samuel lança a ideia de negócio. O Pedro pondera a sua viabilidade.

A propriedade em venda começou a ser observada faz tempo. Um negócio não se faz precipitadamente. Fui convidada a visitar a oportunidade de negócio.

Informações foram trocadas entre os sócios. O entusiasmo cresceu de divisão para divisão. E eu, no final da visita percebi que não sei mesmo avaliar propriedades. Não consegui acompanhar a avaliação que ia sendo feita. Ainda agora não percebo porque não vi, a razão de tamanho entusiasmo.

Assisti a uma análise cuidada de um dos sócios. Cada divisão, ou pormenor aumentava a probabilidade de investimento.

“ …… De carpintaria pequenos são os arranjos. O telhado não metia água. A lareira aparentava bom estado e grelhas á disposição. A casa de banho uma pintura será suficiente. No quintal é só arrancar os urtigões. O número de divisões é suficiente e a pintura apenas precisa de um retoque. A instalação eléctrica, apesar de antiga, parece estar em bom estado. Será preciso colocar algumas vidraças e uma limpeza geral.”

É o que se chama, negócio de ocasião. Ou não fossem eles os melhores negociantes que conheço. Cada dia têm um em vista. Ainda bem que concretizaram este.

Samuel e Pedro , desejo-vos muita sorte. A sério. Acho que bem precisam.


quarta-feira, 24 de março de 2010

Corte de Cabelo



Fui ao cabeleireiro. Para mim é mais uma obrigação do que um prazer. O tempo gasto é de me tirar a boa disposição. Daí que o faça só quando é mesmo necessário.

Vou pintar o cabelo e muito, mas muito raramente cortar.

Acho que é um defeito profissional, mas as cabeleireiras adoram cortar cabelos. Todas, todas mesmo. Se pedimos as pontas cortam 10 cm. Se queremos mudar de corte, muitas vezes é o corte que muda as nossas vidas.

Uma vez, tinha o cabelo pelas costas e quis fazer um corte novo. Pelo sim pelo não, mostrei no catálogo e fiz todas as advertências que considerei prudentes. Escusado será dizer que saí de lá, de cabelo pelos ombros e uma raiva contida.

Se quiserem confirmar o que digo, entrem num cabeleireiro e reparem quantas usam cabelo comprido (extensões não vale). Cortam o delas e odeiam quem o usa comprido.

No ano passado, tomei coragem e fui cortar o cabelo. Chamo cortar a escadear um pouco.

Entusiasmada pega nas tesouras e divide o cabelo ao meio. Começou pelo lado direito.

Eu, que tenho por hábito passar o tempo com uma revista na mão. Dispensei-a. Deveria estar atenta, tal a delicadeza do momento.

Em várias manobras de pente e tesoura, cortou. A execução foi de tal maneira rápida que alarmada entrei em choque. Tinha de tomar uma decisão. E tomei.

Mandei-a parar imediatamente e de forma brusca, diga-se.
Pare! Mas o que me fez ao cabelo?
Mas a senhora não vê? falta o outro lado.

Como se eu fosse admitir que me fizesse o mesmo ao resto do cabelo.

Durante algum tempo exibi um corte de cabelo algo estranho. Mas hoje temos essa sorte, usa-se tudo e cada um reserva-se o direito de ter gostos estravagantes e copiar cortes de cabelo que podem ser moda, sei lá….. no Butão.

Momentos felizes






Quando vamos a um concerto pelo prazer de acompanhar os nossos filhos. Corremos o risco de nos acontecer o mesmo que à minha amiga Augusta.

Disse-me que: Sabes, que fui a um concerto com a Sofia que davam á entrada tampões para os ouvidos? Pensei que fosse brincadeira. Mas uma das bandas, não produzia música, mas um ruído, semelhante a 100 motores de aviões, a trabalhar em simultâneo. Percebi então, que os tampões eram mesmo a sério. E para mim foram muito úteis.

Não foi o meu caso.

Numa noite de Verão, acompanhei os meus filhos a um concerto que me deu a mim e a eles muito prazer. Pela música, pelo espectáculo, mas principalmente por estar a vivê-lo na companhia deles





segunda-feira, 22 de março de 2010

Encartada



Quando a Manuela tirou a carta de condução, (ela é mais velha que eu) alargamos os nossos passeios.

Começaram nessas aventuras, que eram as saídas de carro, a sua carreira brilhante como condutora (em postagens anteriores já mostrou como se atasca um carro).

A casa da Manuela tinha um quintal com o tamanho de um campo de futebol. Foi durante a nossa infância o espaço preferido para as nossas brincadeiras. Ali aprendemos a andar de bicicleta, a cair e chorar sem dramas.

O baloiço era espectacular, num período em que não havia parques infantis com escorregas e baloiços……

No quintal havia 5 ou 6 carros antigos, que por capricho da menina (Manuela) o pai mandava arranjar e foi neles que nos iniciamos nas estradas. Os carros não tinham inspecções obrigatórias e ainda bem, senão a sua vida útil teria terminado muitos anos antes.

Cada viagem, acreditem, era uma aventura. Ela a conduzir e eu a dar as indicações e a prestar assistência.

Sim, prestar assistência. Os carros eram ideais para as nossas iniciações, mas todos tinham um senão. Ou só abriam as portas pelo lado de fora, ou não faziam marcha atrás, ou os travões não funcionavam, só o travão de mão, ou as portas abriam-se em andamento, ou….

Daí que a assistente (eu) era indispensável.

E eu levava a tarefa bem a sério. Não levávamos era a sério as chamadas de atenção dos pais para termos cuidado e fazer viagens curtas.

Porque quando saíamos com o carro que não metia a marcha atrás, sabíamos como os passeios começavam, mas não sabíamos como terminavam nem onde.

A compra da camisola


Agosto, Marina de Vila Moura. Depois de jantar no Cesteiro, vinha a parte mais aguardada do passeio, as compras.

A primeira loja com visita obrigatória era logo ao lado, a loja dos bikinis.

Entre entradas e saídas dos provadores, cansamos os maridos que nos abandonaram e foram para um bar na outra ponta da Marina. Daqui a duas horas lá estaríamos.

Percorremos todas as lojas até entrarmos na mais aguardada. Ali estavam as peças mais desejadas. Da colecção de Verão restava pouca coisa.

O entusiasmo aumentou com a colecção de Inverno. Camisolas, vestidos, sapatos…. Tudo lindo.
A Manuela ficou enamorada de uma camisola/túnica, estampada, espectacular, mas de manga comprida e um pouco quente.

A Manuela é como eu, é comprar e vestir.

Daí que, ainda apreensiva sobre a compra da camisola, afirmou. Mas vou ter calor com ela. Mesmo á noite.

Que interessa isso. A camisola é linda. Quem vai saber o calor que tens?

domingo, 21 de março de 2010

Peça de Brecht



É nossa obrigação, proporcionar aos nossos alunos experiencias culturais diversificadas.

Como tal, é comum visitarmos com frequência as salas de exposições em Lisboa, Peças de Teatro, exposições na FIL, na Gulbenkian, no CCB, entre outros.

Em tempos, fazia também parte do programa cultural, assistirmos às peças que eram apresentadas no Teatro Garcia de Resende em Évora (quando aqui se exibia bom teatro e com regularidade)

O programa da ida ao Teatro nesse verão era uma encenação de Eugen Berthold Friedrich Brecht . O autor dispensa apresentação e a encenação prometia, estava a cargo do grupo de actores fixo do Teatro D. Maria.

Eu e alguns professores, depois de consultarmos o programa, fizemos reservas e levamos 3 dezenas de alunos de secundário ao Teatro.

A actividade era facultativa. Inscreveram-se os alunos que já tinham adquirido algum gosto pelo teatro. Podemos dizer que em parte os levamos a gostar. Porque de música, pintura ou teatro aprende-se a gostar. E, eles já tinham aprendido.

Sentados, assistíamos ao desenrolar da peça, com expectativa. Expectativa essa que foi aumentando, principalmente para nós professores.

A encenação era dura. Demasiado dura. Na linguagem, na postura e comportamento dos actores.

Nós, cada vez mais apreensivos, começamos a ficar incomodados.

Uma coisa é irmos sozinhos, ou eles, outra é levarmos alunos a assistirem um espectáculo que pode ferir susceptibilidades. Não dos próprios alunos, mas dos pais, quando soubessem da peça a que os seus professores os tinham levado a assistir.

Ao longo do primeiro tempo do espectáculo, fomo-nos afundando nos bancos. Os alunos, alguns, olhavam-nos de soslaio, percebendo o nosso incómodo.

E, os diálogos e o comportamento dos actores na peça, não suavizavam, endureciam, não atendendo às nossas súplicas silenciosas.

Interrupção para o intervalo. A nossa vontade era ficar sentados. Não sabíamos qual seria a reacção dos alunos e já imaginávamos os comentários maliciosos que fariam.

Resolvemos arriscar. Juntamo-nos todos no hall do Teatro. Ninguém fez qualquer apreciação sobre a peça. Como se da lembrança de todos, o que tínhamos assistido no 1º acto se tivesse da memória varrido.

No 2º acto, nada parecia ter mudado. A peça não aliviava nem um pouco o nosso mal-estar. E, assim foi até final.

Já antecipávamos os comentários à saída e nos próximos dias.

Os jovens podem ser bem cruéis e perceberam que a peça a que queríamos ir não era aquela a que tínhamos assistido.

Tinham todos os trunfos na mão, para nos fazerem sentir mal enquanto educadores.

Pois nada do que temíamos aconteceu. A peça parece ter trazido amnésia a todos quantos assistiram. Menos a nós claro.

Mas curiosa e admiravelmente, nem nessa noite, nem nos dias ou meses seguintes, ninguém se referiu á dita peça, que molestou mais as nossas mentes retrógradas do que as cabeças arejadas dos nossos alunos.

Salão de beleza

Maria José - a poderosa a desfilar na afamada Praça de Espanha em Roma

Eu e a minha colega e amiga Maria José, viajamos muito em trabalho (a que juntamos muito lazer).

Todas as manhãs, depois de me despachar, o que significa sempre maquilhar-me (ás vezes a contra-relógio, pela falta de tempo), lá está ela sentada, em frente ao espelho, sem pressas, aguardando. A maquilhagem é que ela já não dispensa.

Ela que anda sempre de cara lavada, espera sentada que a maquilhe também.

Isto foi tornando-se hábito. Agora tem reserva feita no salão.

Claro que a técnica que uso para mim, aplico-a nela também. Mas pacientemente, põe a sua sorte na minha habilidade e adora sempre o resultado. Acredito.

Alguém que não coloca uma base ou um pouco de blush e baton, arriscando ainda uma sombra nos olhos, fica a sentir-se poderosa e sai sempre radiante do quarto de hotel.

No regresso das nossas viagens, recorda sempre com alguma saudade, a falta que vai sentir da maquilhadora, ali a horas com marcação só para ela (como se estivesse incluída na diária do hotel).

Percebi o quanto se sentia agradecida, neste último natal. Ofereceu-me um estojo de maquilhagem, com as cores e sombras que ficam bem, na sua pela clara.



Hoje faz anos. Aqui ficam os meus parabéns.
Nos últimos anos, muitos dos meus bons momentos senão os mais divertidos, foram passados com ela.
Desejo-lhe o melhor que a vida lhe puder proporcionar.


Queda com direito a perfume








Ao ler o post da Bal "Tropeções e trambolhões" recordei-me das vezes que eu própria caí. Não dos meus pés mas de cima de cavalos.

Foram várias as quedas. Há uma que nem recordo, só me lembro de ao acordar perceber que estava deitada e ter várias pessoas debruçadas sobre mim. Estava no hospital e as pessoas eram médicos e enfermeiros. Além de um traumatismo craniano também fiz amnésia.


Mas a que quero aqui contar, passou-se há uns anos.

Eu e o meu primo Nuno fomos dar um dos nossos passeios a cavalo lá para os lados da Barragem da Rocha. O passeio correu bem até nos aproximarmos do monte.

Já perto das cavalariças, o meu animal deve ter ouvido a chamada da sua fêmea e entrou num desenfreado galope que eu não conseguia controlar.

Mas só me assustei a valer quando percebi que a cancela estava fechada, e o animal não dava sinais de refrear a sua ansiedade de chegar.

Não tinha outra hipótese, a cancela não era alta, preparei-me para o salto.

Claro que não foi isso que aconteceu, o cavalo estacou perante o obstáculo, e quem saltou fui eu, melhor dizendo, voei por cima da dita cancela e caí numa espécie de colchão de penas.

Apesar de fofo, não era um colchão de penas, era antes, um monte de estrume que me salvou de uns ossos partidos, mas que deixou em mim um perfume que, por mais lavagens que fizesse perdurou por uns quantos dias.

Fato não, por favor!





O meu colega S….. durante 30 anos ninguém o conseguiu fazer vestir um fato ou pôr uma gravata.

Não era teimosia. Tem mais a ver com a sua forma de estar. Ele não consegue mesmo sentir-se bem dentro de um fato.

Quando foi nomeado Director pedagógico viu-se pela primeira vez confrontado com a obrigação de vestir um. Noutras situações idênticas, sempre as suas desculpas o tinham safado. Desta vez não. Não lhe deixamos alternativa.

Depois da primeira vez, houve outras, poucas, em que o vestiu, mas sempre contrariado.

Por vezes se veste fato, esquiva-se à gravata. Já arranjamos também solução. Aprendi a fazer o nó.

sábado, 20 de março de 2010

A foto da confusão






Foi organizado um peddy fotográfico pelo Alentejo.

Eu e os meus colegas habituais inscrevemo-nos. Nós e umas duas dezenas de pessoas. Todos com grande técnica fotográfica e maior ainda a convicção da sua destreza na área.

Percorremos aldeias, campos de trigo, vinhas e olivais.

Campanários foram perscrutados ao pormenor, aldeões incomodados nos bancos de jardim ou à porta de casa.

Faziam-se grandes planos e belas macros.

Todos procurando o melhor ângulo e a foto mais original. Mas curiosamente as fotos pareciam vir do mesmo fotógrafo, tal a falta de originalidade.

O júri era constituído por fotógrafos e pelos famosos “Anjos”, que desta vez vinham avaliar as nossas fotos.

Depois de cada concorrente entregar 3 fotos, esperamos pelo veredicto final.

A minha foto recebeu o 2º prémio. É a foto que vem postada em cima.

O 1º prémio coube a um concorrente que tirou uma bela macro de uma espiga.

E aqui começou a confusão. Quer o Pedro quer a Maria José, afirmam até hoje que a foto era sua.

É que fotos de espigas, todos os concorrentes tiraram.

Cumprimentos à italiana


Num Projecto Bilateral com uma Escola italiana, recebemos em visita preparatória de uma semana o Colega Italiano Adolfo.

A hospitalidade Portuguesa, mas especialmente a Alentejana é por demais conhecida.

A recepção foi preparada ao pormenor e pusemos em prática a arte de bem receber. No entanto um pormenor cultural quase pôs em risco a afamada cordialidade.

O Pedro foi receber o Adolfo e acompanhou-o à Escola. Na nossa escolas a maioria de professores são mulheres.

O colega Italiano, foi um cavalheiro desde o primeiro minuto, esbanjando charme. No momento das apresentações e perante alguma confusão de entrada e saída de colegas, o Adolfo cumprimentou-nos a nós de aperto de mão e ao nosso colega S…. de beijinhos.

O facto pode ter passado despercebido á maioria, mas não ao S….

É altura de falar do S….., poderia enumerar as suas imensas qualidades, mas para a história que escrevo só um pormenor interessa. Não é dado a grandes gentilezas e cortesias.

A delicadeza e a sensibilidade são comportamentos que para ele fazem parte do universo feminino.

O cumprimento deixou-o embaraçado, e isto é ser muito benevolente. Logo se afastou do italiano e procurava sempre uma distância segura entre os dois. Nas visitas que realizamos e nas refeições que fizemos juntos, ninguém mais viu os dois próximos.

Atormentado e afectado pelo Projecto que agora se iniciava e já projectando momentos que num futuro próximo os juntaria, desabafou o incomodo, com o seu colega e confidente Pedro.

Abençoado o momento em que o fez. Dele e de nós saiu um peso de cima. A sua atitude estava já a criar constrangimentos.

Afinal, entre os italianos homens é comum beijarem-se, facto que não se verifica com as mulheres, a quem cumprimentam de aperto de mão.

Vinho da casa


Numa viagem de trabalho a Lisboa, eu e o meu colega Pedro agendamos um almoço de trabalho e convidamos a responsável pelo Banco de Tempo do Lumiar.

O restaurante escolhido tinha óptimo aspecto e ficava junto ao local onde iria decorrer o seminário da Agência Nacional em que estaríamos presentes.

Feitas as apresentações, eu não conhecia a Dra. Irene. Fizemos os pedidos.

Pedimos a carta de vinhos e decidimos pelo da casa. Quando indicamos a nossa selecção, fomos praticamente convencidos a desistir, perante outras propostas de melhores vinhos que o empregado insistia em escolhermos.

Perante a insistência, perguntei. Se é o vinho da casa tem assim tão má qualidade?

A pergunta desarmou-o. Com um rasgado sorriso, agradeceu e parecia que o vinho tinha ganho qualidades de reserva.

Durante todo o almoço, o serviço foi excepcional.

Fomos atenciosamente servidos. O vinho era servido como se dessa colheita restassem já poucas garrafas e nós os três, enólogos experientes.

No final do almoço, a conta foi apresentada, sem terem cobrado o vinho, cafés e sobremesas.

Agradecidos dirigimo-nos á saída. Aí esperava-nos mais um servil funcionário com 3 sacos de oferta de bolinhos de uma requintada pastelaria situada por perto.

É razão para regressar. Mas, como fazê-los pensar novamente que éramos possíveis agentes da inspecção económica?

Se houvesse um buraquinho no chão




Uma das acções do nosso projecto tem a ver com a distribuição de alimentos às famílias beneficiárias do RSI.




Essa acção é da responsabilidade das colegas da área social.



Mas nesse dia, por motivos de serviços externos da Claudia, esta fez o seguinte pedido à Raquel:



"Se aparecer aqui alguém para levantar os alimentos, entregas e pedes para as pessoas assinarem, estão aqui os registos, só tens que procurar o referente à pessoa em causa."



A dada altura, apareceu uma senhora, que se apresentou, e referiu os alimentos.



De imediato a Raquel começou a folhear a pilha de papeis. "Recorde-me lá o seu nome? Célia quê?"



A senhora repetiu o nome. E a Raquel continuava a procurar o documento com esse nome. E como não encontrava voltava a repetir: "Célia das quantas?"



A senhora, com um tom de voz que me fez erguer os olhos do meu trabalho, disse:



"Dra. Célia A."



A Raquel não a conhecia, mas eu que percebi quem era, dei um salto da cadeira, dirigui-me para a mesa da atarefada moça na sua procura do documento que não conseguia encontrar e espalmei as mãos em cima da pilha de papeis, numa tentativa de esconder o que se estava a passar, e dizia a meia voz:



"Deixa Raquel, que eu trato disto." Ao mesmo tempo que lhe lançava um olhar que deixava passar uma mensagem, que de início ela não percebeu, mas que, pela forma como me dirigi à senhora e pelo diálogo iniciado, ela finalmente compreendeu o que se estava a passar, ao mesmo tempo que ía deslizando na cadeira de forma a ficar praticamente escondida pelo ecrã do PC.




E foi assim que evitei que a minha colega depusesse nos braços da Directora Regional desse serviço, umas paletes de arroz, outras tantas de leite em pó..........

sexta-feira, 19 de março de 2010

Capacidades vocais


Saber cantar ou tocar, são qualidades artísticas que qualquer um gostaria de ter.

As minhas amigas Maria e Belita vivem inconformadas com a falta de vocação.

Eu também não posso negar que adoraria acompanhar um grupo mesmo em coro. Mas a voz é tão pouco afinada que mesmo num grupo de 20, se nota a desafinação.

Com o karaoke, mantive algumas esperanças que as tentativas resultassem mais agradáveis. Nem assim.

Eu desisti mais facilmente, a minha amiga já se inscreveu no Coro do Carmo e mantém um micro sempre á mão quando há festa com karaoke. Descontracção nunca lhe faltou. Mesmo o coro não lhe deu capacidades, embora ela garanta que as tinha.

Mas para tudo pode haver uma saída.

Agora já só canto para quem não conhece música portuguesa. Claro, sempre acompanhada, com outra belíssima voz da canção nacional, a minha colega Maria José.

E, aí não me faço rogada.

Acredito que depois de nos ouvirem, não me ficarão a criticar, mas á qualidade da música portuguesa, á sua falta de ritmo e ás fracas melodias do cancioneiro nacional.

Paciência.

Não vou comentar as observações que nos fazem depois de cantar. Por educação mostram algum entusiasmo.

Parece ser obrigatório nas trocas culturais. Também já ouvi muita coisa que me feriu os ouvidos e francamente já pensei que podem ser as nossas congéneres no respectivo País.

Quem não canta nada como nós pode virar Callas, se se apresentar num anfiteatro vazio fingido ser o Olympia, ou para espectadores com ouvido de pedra.

Tropeções e trambolhões



Andar rapidamente nunca foi sinónimo de segurança. Andar a pé não tem para mim limite de velocidade. Mas devia ter, atendendo ao piso e aos obstáculos.

A história da minha vida também é a história das minhas escorregadelas, tropeções, trambolhões, mas que resultam sempre em quedas aparatosas, ainda que felizmente sem grandes consequências…. Até um dia.

Posso dizer que tenho vasta experiência em quedas. Seja em que local for, e com a mais variada assistência.

Já fiquei estendida em plena Marina de vila Moura, com as compras espalhadas à minha volta
Já rolei escadas abaixo, apesar de inteira o saldo foram alguns saltos partidos e entorses mais ou menos graves.
No estacionamento do Centro Comercial de Faro, quando ao cair ainda fui rebolando pelo chão e as minhas amigas também se “rebolavam” a rir.
Já caí em restaurantes, escadas rolantes e em áreas de serviço. À entrada da igreja num casamento, acompanhando o noivo perante uma vasta assistência. Esta foi das quedas mais constrangedoras, e mesmo que a queira esquecer, não dá, ficou bem registada nas máquinas de serviço.
Até á agua já fui parar. No Rio Homem no Gerês em plena sessão fotográfica, saltando de pedra em pedra. O mesmo aconteceu no lago do hall de um hotel em havana, aí com a máquina de filmar em riste. Duas molhas, eu que nunca participei no miss tshirt molhada.

Aprendi a erguer-me com a mesma ligeireza com que caio e a rir-me de mim, mesmo que os outros, por pudor não o façam.

Aproveito a oportunidade para agradecer aqui á minha colega e amiga Maria José. Muitas destas idas ao chão (fora do ringue) foram na sua presença. Mas hoje tenho sempre ao meu lado alguém que se preocupa mais onde eu ponho os pés, do que com a sua própria segurança.

Ora por natureza ora por obrigação, uma olha para o ar e a outra para o chão.

O primo João



Os meses de verão desde a minha infância até à idade adulta foram passados em Monte Gordo.

Monte Gordo era a praia dos Alentejanos, até se diz que é a praia que mais bronzeia as axilas. Porquê? Porque cada passeio à beira mar é motivo para levantar o braço dezenas de vezes. "Olá, tás bom?", Então, tudo bem?"


Esta história que vou partilhar aconteceu teria eu os meus 16/17 anos.

Nesse ano tinha aberto a 1ª discoteca da aldeia, "Giovanni". E como novidade que era, eram poucas as noites que não passávamos por lá, eu a Balbina (que por coincidência ou não, também esta era a sua praia), e outras amigas.

Numa noite, ao jantar, ficámos a saber que nessa noite não poderíamos sair.


Dizia o meu tio:

"Esta noite vamos ao casino, por isso as meninas vão ficar em casa a tomar conta do João (que teria os seus cinco anos). No máximo, podem ir ao cinema, levam o miúdo e voltam logo para casa."

Os nossos planos estavam completamente estragados, ainda mais, porque tínhamos feito novas amizades e combinado encontro na Giovanni, claro! Mas ninguém teve coragem de contrariar o que tinha sido sentenciado. Outros tempos...


E assim, lá fomos ver um filme de desenhos animados com o primo João.


Mas não pensem que estávamos resignadas.


No intervalo do filme conseguimos convencer o pequeno que o filme não valia nada, e que ele estava cheio de sono, portanto seria melhor ir dormir para no dia seguinte ter muita força para nadar e mergulhar.

Rumámos a casa, deitamos o João, que logo adormeceu, e...


Saímos de casa. Corremos até à discoteca antecipando uma noite bastante divertida. Mas não foi o que aconteceu...

Mal entramos, ainda com os olhos a habituarem-se ao ambiente escuro, sem conseguir distinguir bem as pessoas, fomos vistas.

E por quem?

Pelos nossos familiares, que à última da hora trocaram o casino pela discoteca.


O que se passou a seguir é fácil de adivinhar, não me lembro o que foi dito, mas lembro-me que fomos , na hora, levadas a casa, metidas no elevador, e nem foi nenhuma de nós que carregou no botão do 5ºandar...

Falta de orientação


Exercício nocturno promovido pela Escola, dirigido a alunos e professores.

Nesta actividade, ser professor não nos trazia vantagem. A mim então, que tenho o sentido de orientação avariado e sem garantia, sentia-me a aprender chinês.

Depois de jantar e já noite cerrada, fomos reunidos para ouvir explicações técnicas sobre orientação.

Depois da sessão teórica, foi explicado em pormenor como se fazia a orientação com azimute.

Os técnicos entregaram várias bússolas e fizeram uma explicação pormenorizada da técnica, uma vez que posteriormente cada grupo recebia coordenadas de vários alvos e o grupo vencedor era o que chegasse primeiro depois de passar pelos pontos assinalados.

Como já referi, eu e o meu colega Pedro, revelamos na sessão teórica, deficit de atenção.
Convencidos que não nos serviria prestar atenção a algo que nunca chegaríamos a saber por em prática.

Na fase seguinte, foi pedido que se organizassem grupos de 6 pessoas. Rapidamente os alunos seleccionaram os colegas, e curiosamente não convidavam os professores.

Perante a possibilidade de termos de nos orientar sozinhos em terreno “minado”, e de nos perdermos, aproximamo-nos de vários grupos oferecendo a nossa prestação.

Curiosamente, ou talvez não. Até aqueles alunos que nós conhecemos bem por serem os mais traquinas e desatentos, logo justificavam a nossa rejeição. A professora não ouviu nada. Não sabe usar os aparelhos. Esteve sempre a rir com o professor Pedro.

E, era verdade. Não prestei qualquer atenção. Se ia trabalhar em equipa, bastaria que dois deles soubessem o que andavam a fazer. Enganei-me.

Sentimos na pele a frustração de sermos rejeitados e de grupo em grupo a situação repetia-se.

Os alunos procurando passar a “bola”, ou seja nós, iam de grupo em grupo tentando convencer os colegas a receberem-nos.

Foi por respeito e não por competência que um grupo nos aceitou. Custou-nos caro. A má prestação do grupo foi-nos desde logo e até hoje atribuída.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Como mudar um pneu!

Aconteceu há um ano atrás.
Estavamos nós, pessoal do Oriente, a almoçar no Pont'a Pé, momento sempre muito agradável e divertido, quando chega a nossa assistente social muito apressada e diz:
"Está ali a carrinha, mas tem um furo, tratem disso que eu tenho que estar em Lagos daqui a meia hora."
Depois de terminar a refeição, onde se decidiu a quem caberia a troca do pneu, eu e um colega (um homem que esteve integrado, por um curto espaço de tempo, na equipa) fomos os escolhidos e lá nos dirigimos para a carrinha.
Abrir a mala do carro foi imediato, mas encontrar o pneu suplente levou o seu tempo. Finalmente percebemos onde estava, mas outros problemas se nos depararam: Como retirá-lo do sítio? Onde estavam as ferramentas? O macaco?...
Quando realizamos que não encontravamos o material, fui pedir ajuda ao dono do restaurante que tem uma carrinha igual à nossa. Simpaticamente, o Milton resolveu o problema das ferramentas.
Ok, agora reuníamos os ingredientes necessários para entrar em acção.
O meu colega dedicou-se à tarefa, que, sem assumir, eu percebia que a sua habilidade era igual à minha, e como tal eu sentía-me à vontade para dar algumas orientações.
Como começou a chover, eu começei a dar as instruções, mas confortavelmente sentada dentro do carro.
O rapaz, já num estado lastimoso, encharcado em água e lama, pois estava ajoelhado no chão e não conseguia encaixar o macaco, dizia-me que o trabalho seria mais fácil se eu não estivesse a fazer peso por estar dentro do carro, e também ajudava se eu parasse de rir e dar palpites que não levavam a lado nenhum.
Passaram quatro horas, a tarde estava feita, mas o carro tinha um pneu suplente, que nos permitiu fazer a viagem até à oficina mais perto, para rapidamente aquilo ser visto por um perito.
Tal era a confiança que depositavamos no nosso trabalho.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Um dia da caça outro do caçador



Tem experiências que fazemos questão em ter, mas jamais em repetir.

Por ser filha de um caçador as questões relacionadas com a caça eram-me comuns. Acompanhava os preparativos para o inicio de época e esperava impaciente o regresso de cada dia de caça. Um caçador com a mochileira carregada, é um homem feliz. E eu também ficava. Sempre gostei de comer qualquer tipo de caça. Lebre com feijão branco. Coelho à caçador, perdizes estufadas…..

Durante anos acompanhei a mesma rotina, aos domingos de caça. Já adolescente convenci o meu pai a levar-me um dia com ele e claro, com a minha amiga Manuela.

Ir á caça parecia divertido, mas com companhia sê-lo-ia muito mais.

Ele sempre tinha evitado a nossa companhia alegando ser cansativo pelos kilometros que teríamos de fazer em pleno campo.

Nada nos demoveu, e desta vez preparamo-nos a preceito. Roupa quente, sapatos cómodos e para companhia a Manuela insistiu em levar o seu cão, um pastor alemão, pachorrento e caseiro de nome Zappa.

Partimos cedo, ainda o nevoeiro cobria as pastagens tornando menos agradável o passeio.

Passadas duas horas, já mostrávamos algum cansaço e exigimos uma paragem. O resto do grupo afastou-se e não voltamos a encontrá-los. A velocidade da caminhada foi abrandando e hora e meia depois, exaustas, fixamos nova paragem para almoço.

O nosso almoço terá durado horas. Nós descalçamo-nos e tivemos durante todo o tempo com os pés de molho em água fresca, para acalmar as dores de tão dura caminhada.

O caçador nesse dia dormiu a sesta, já tendo aceite que o seu dia de caça estava irremediavelmente perdido.

Mas, ainda nos esperava o caminho de regresso. Escusado será dizer que foi feito ao nosso ritmo.

À frente o meu pai, a um kilometro de distancia eu, a outro de mim a Manuela e por fim, seguindo o nosso rasto pelo faro, o cão.

Desta experiencia nenhum de nós voltou a falar. Esse dia não tinha sido definitivamente das caçadoras.
Queríamos esquecer.
Já nos bastavam as bolhas nos pés e o uso de sandálias fora de época.

Às compras

Há uns anos atrás (não muitos), eramos nós umas jovens universitárias quando fomos convidadas para um casamento.
Com umas carteiras muito pouco recheadas, como é regra entre os jovens estudantes, rumamos até à baixa lisboeta para comprar a roupita adequada à festa que se avizinhava.
O nosso périplo seguia entre espreitadelas a algumas montras e visitas a outras tantas lojas.
A minha amiga ficou de tal maneira em êstase por umas luvas, que não conseguiu resistir, e comprou-as gastando todo o dinheira que tinha. Para ela tinham-se acabado as compras.
Mas, solidária comigo, continuamos com o nosso - já só meu -propósito.
Como gostei de um vestido que estava numa montra, entrámos para ver melhor. Era lindo... Camurça vermelho...o vestido mais lindo já mais por nós visto.
Ao entrar, fomos recebidas por uma senhora que nos presenteou com um sorriso que mal disfarçava o seu olhar de desdém. Perguntou se precisavamos de ajuda!
Minutos mais tarde estavamos sentadas nuns degraus de uma porta a rir/chorar a bandeiras despregadas, não conseguímos sequer falar.
E porquê?
Depois de vermos o preço daquela peça de arte, praticamente fugimos da loja, e uma espreitadela para trás revelou-nos que tínhamos acabado de sair da loja da Ana Salazar...
Acabei por comprar um chapéu... Tão útil como as luvas ...
Mas fomos à boda, ela com as luvas, eu com o chapéu, e ambas com vestidos feitos pelas mães.

Breaks no trabalho

Esta situação aconteceu na semana passada.

Mas tive um Déjà Vu, que podem confirmar no post "As cabeleireiras".

Desta vez, foi uma colega que me pediu para lhe arranjar as sobrancelhas com uma confiança incondicional na minha arte de bem fazer.

O resultado, longe de perfeito, não foi desastroso, ou pelo menos, na expressão dela ao ver-se ao espelho não foi visível desagrado, nem agrado, sejamos honestos... Até porque, contrariamente ao caso das cabeleireiras, as mãos que delinearam o arco de um lado foram as mesmas que o fizeram do ouro.

Estavamos neste momento de pausa dos nossos afazeres, quando entra uma colega, e claro, regista o momento na máquina que trás sempre em riste. Tece alguns comentários mais ou menos jocosos sobre a cómoda posição encontrada para a realização da tarefa. E por entre muitos risos, na inocência dos 30 anos, pergunta:

" E essa! Como é que elas fazem?"

O lugar do cão


Numa das minhas deslocações em trabalho, fui ao Porto participar num seminário.

Como o Inverno era rigoroso, o frio de Novembro exigiu-me levar como abrigo um casaco de Peles.

Apesar de gostar imenso do meu belo casaco de peles, não posso deixar de reconhecer que tem o pelo a cair. Onde me sento deixo parte do pelo do casaco. Por isso o uso pouco, para ter casaco ainda por uns anos.

No primeiro dia do seminário, numa plateia cheia de gente, escolhi um lugar bem situado na sala.

No segundo dia, já sem o casaco de peles, procurei sentar-me no mesmo lugar.

Quando me dirigi para o lugar, ia para levantar o assento quando fui advertida por um cavalheiro sentado na fila de traz que me disse. Não se sente, escolha outro lugar, deve ter dormido aí um cão que deixou o banco cheio de pelo.

Disfarcei o espanto. Mostrei surpresa.
Agradecendo escolhi outro lugar.

Afinal, não ia sentar-me no lugar do cão.

Sorte ou azar


Numa das noites em visita a Amesterdão, quisemos tentar a nossa sorte no casino.

Depois das formalidades na entrada. Tínhamos dado o primeiro passo.

Em reunião informal, juntamos uma pequena verba e resolvemos apostar a meias.

Tentamos a roleta e a banca francesa. Excluímos o Poker e outros jogos de baralho por inabilidade de qualquer uma.

Atendendo à exígua quantia disponível, rapidamente as tentativas de experimentar a sorte se esgotaram.

Desanimadas pelo azar e pelo diminuto tempo ocupado a gastar as escassas poupanças, encaminhamo-nos para a saída. Já no corredor encontrava-se uma máquina que trocava moedas de 2 euros por fichas.

Não resignadas com o triste final de noite, resolvemos arriscar 2 euros numa derradeira tirada á sorte. Qual sorte. A máquina engoliu a moeda e não saltou as duas fichas a que tínhamos direito.

Azar. Nosso mas também do casino. Não aceitávamos de ânimo leve perder 2 euros sem sequer jogar. Prostrámo-nos junto à máquina e exigimos a nossa moeda. Funcionários passavam, paravam, mas também eles não nos podiam valer. Não podiam abrir a máquina.

Azar. Nós exigíamos a nossa moeda. Depois de chamarmos vários funcionários e eles próprios contactarem outros, foi aberta a máquina, mas a moeda?

Olhavam-nos desanimados, procurando alguma condescendência, que nos fizesse recuar na desusada insistência.

Azar. Se o casino não nos podia restituir a moeda que a máquina nos tinha tirado, com maior desfaçatez que as outras, também nós, mais pobres á saída do que á entrada, não facilitaríamos o processo. Afinal aquela máquina estava-nos a dar o programa de fim de noite.

Claro que ainda não nos é agradável, recordar a expressão facial dos três funcionários a entregarem-nos a moeda, passados 30 minutos a remexer em fichas. Mas, paciência, com essa o casino não tinha ficado.

Afinal ganhamos 2 euros no casino de Amesterdão.


terça-feira, 16 de março de 2010

A prenda de Natal


Um mês antes do Natal, o meu colega P…., vai coleccionando prendinhas que lhe oferecem e para cada uma arranja logo destinatário. Este livro pode ser para a minha tia, esta para a avó, para a empregada, para a amiga,…….

Na festa de Natal que realizamos este ano na Escola, tínhamos um concurso de karaoke e seriam atribuídos prémios às três melhores prestações.

Tínhamos no gabinete uma garrafa de licoroso que nos tinha sido oferecida na semana anterior. Naturalmente a garrafa encontrava-se quase vazia.

Mas para o que pretendíamos, o líquido existente era suficiente para ser credível.

Na torneira enchemos a garrafa e depois de bem lacrada e embrulhada, ficou preparado um dos prémios para o vencedor do Karaoke.

O nosso colega P… acabou por ser um dos vencedores e a ele coube-lhe a garrafa de Licoroso. Não disfarçou a satisfação. Não só pelos méritos vocais lhe terem sido reconhecidos, como por ganhar mais uma prenda para a sua colecção.

Rapidamente decidiu a quem a iria oferecer. Nós não evitamos que a prenda de Natal chegasse ao seu destino. Como chegou.

Na 2ª feira seguinte, questionamo-lo se já tinha dado a garrafa de presente. Satisfeito disse que sim.

Quando lhe confirmamos o conteúdo da garrafa….. gelou e mudou de cores, tal o seu nervosismo.

Escusado será dizer que saiu da Escola mais cedo, para comprar uma nova garrafa e para meditar na desculpa que iria ter de dar para justificar a troca, que a bem ou a mal, seria obrigado a fazer.

Um bife simples



Num jantar recente com um casal amigo.

Durante um jantar é normal apreciarmos o que nos servem e comparar, principalmente nós as mulheres, com os nossos cozinhados.

A minha amiga mantinha-se em silêncio.

A dada altura questionou-me sobre o uso do caldo Knorr. Perante o meu espanto confidenciou-me que o colocava em todos os seus pratos, caso contrário nada tinha sabor.

Fiquei um pouco preocupada. Sabia que nunca praticou na cozinha, mas acreditava que vários anos de casamento lhe teriam dado a “Escola” que ela sempre evitou.

O marido já mais á vontade, abordou o assunto depois da mulher ter reconhecido as suas fraquezas em matéria de cozinha. Confidenciou a tristeza da sogra não ter passado à filha algumas instruções sobre confeccionar alimentos.

Já conformado, relembrou o primeiro mês depois de casados. A mulher na cozinha levava horas para fazer o jantar, já que almoçavam ambos fora.

Sempre seguindo vários livros de cozinha, todas as noites apresentava satisfeita um bife diferente. Sempre bife. Experimentou especiarias, legumes e molhos, mas sempre acompanhando o insubstituível bife.

Depois de ganhar coragem, já saturado e sem apetite de se sentar á mesa, arriscou.

Sabes o que me apetecia amanhã ao jantar? Um simples bife grelhado.

Vai uma ajudinha?


Estavamos de férias na praia da rocha.
Como a filha da minha amiga e uma colega desta, vinham passar uns dias connosco, à hora combinada fomos buscá-las ao autocarro a Portimão.
Os poucos minutos que separam a Rocha à cidade foram passados em amena cavaqueira, aliás, como sempre.
Tudo aconteceu quando iniciámos a viagem de regresso à praia. Depois dos saudosos abraços e beijos nas jovens, entramos no jipe, que para espanto nosso se recusou a trabalhar. Mais uma tentativa e o mesmo resultado. E outra, e nada.
Saímos e começamos a empurrar a viatura,que pouco ou nada se mexia. Felizmente dois cavalheiros muito prestáveis juntaram a sua força à nossa, e rapidamente o problema ficou resolvido. Agradecemos e seguimos viagem.... mas por poucos metros, pois o dito veículo era daqueles com uma grande personalidade e voltou à dele, ou seja deteve-se.
Repetiu-se a cena do empurrão, mas claro, nenhuma de nós parecia chateada com a situação, tal eram as gargalhadas que se ouviam. Mais uma vez este aparato visual e sonoro chamou algumas atenções, que simpaticamente se prontificaram a dar uma ajudinha.
O caricato da situação é que esta paragem foi tão perto da anterior. que os anteriores ajudantes estavam a ver, com alguma atenção, o desenrolar da cena.
Seria cansativo para os nossos leitores repetir o que se passou posteriormente. Mas o facto foi que naquela praceta a "coisa" se repetiu quatro vezes, e sempre os anteriores ajudantes assistiam aos trabalhos dos seguites.
Por fim, vieram ter connosto e perguntaram-nos:
"Onde estão as câmaras?
"Isto é para os apanhados!"

Jantar de equipa

Quando a equipa de trabalho é composta só por mulheres, qualquer jantar é sinónimo de muita conversa e muita risada, todos os temas são bons... toda a gente tem uma opinião... algo a acrescentar... há conversas trocadas, mas sempre com um fio condutor: os risos!

Depois do restaurante, segue-se um bar, e a noite prossegue animada.

Menos animada foi o fim da noite, pois de caminho fui levar uma colega a casa. Como chovia há dias, o caminho para o monte onde ela mora estava um caos.

Como condutora experiente em caminhos velhos, resolvi desviar-me de uma grande poça.

Errei!

Saí do trilho e atasquei o carro numa berma com uma profundidade considerável.

Para a frente o carro não andava....

Para trás, muito menos, nem um milímetro...

Saímos do carro e o piso mais parecia areias movediças...enterradas em lama até aos joelhos (na nossa fatiota de festa).

Depois de vários telefonemas, para o amigo do primo do irmão....

Fomos salvas por um reboque duas horas depois do incidente.

É caso para dizer, que não foi só um jantar de equipa, mas também uma "força" de equipa

segunda-feira, 15 de março de 2010

A minha recruta


No meu tempo só os homens faziam recruta.

Era encarada como uma obrigação a que todos procuravam fugir. Reclamavam doenças e incapacidades, apesar do povo mais tarde dizer, que à recruta todos os jovens deviam ir, para saberem como era. Esta frase era dita num tom que pressupunha um mal necessário.

Ali se aprendia a fazer sacrifícios, a receber ordens e a sofrer. Tudo o que marcaria o percurso dos homens de bem.

Hoje, os jovens deslocam-se ao quartel, no dia da defesa nacional e alguns, poucos, são aliciados para a vida militar. Também ela não oferece futuro a todos os que nela ingressam. Muitos são dispensados depois de lá passarem alguns anos.

Por tudo isto uma ida ao quartel, apresentava-se algo aliciante. Para mim, alguns colegas e 4 dezenas de jovens alunos.

Nós, os recrutas fomos recebidos por um grupo de formação do exército que nos indicou as casernas e os horários de todas as instruções militares e outras actividades que iríamos ter.

Numa organização planeada ao minuto, foi-lhes difícil trabalhar com esta nova classe de subordinados, pouco habituados ás regras, palestras de horas, formações em pé, toque de alvorada, comida de rancho e exercício físico a doer.

Depois, há uma idade para tudo. Não é aos quarenta anos que nos devemos experimentar nos desportos radicais, depois de anos sem realizar qualquer exercício físico.

Mas, à que fazer boa figura, nem que dela resultem fortes dores nas costas que exames posteriores viriam a acusar duas ou três hérnias (pouco importa). Exercícios de fisioterapia e cuidados (depois) acrescidos, determinaram as minhas capacidades, antes e depois da recruta.

Hérnias á parte, essas cá ficaram para justificar a minha iniciação à escalada, ao Rappel e a outras manobras mais militares.

Presidente no Alentejo


No largo principal da Vila o povo agitava-se. Aproximava-se a hora da chegada do Sr. Presidente.

As crianças exibiam bandeirinhas distribuídas a rodos. Os trabalhadores reuniam condições para poderem receber o Sr. Presidente. Não teriam desculpas nem criticas para falharem à recepção. A Vila tinha dado a tarde livre aos seus trabalhadores.

As figuras importantes vestiam de fato e procuravam a melhor posição junto à comitiva de boas vindas. No Alentejo quem veste fato são os bancários e os vendedores da Matutano e da Olá. Salvo a rara excepção, em que se recebe o Presidente.

Chega finalmente a comitiva. Cerca de 10 carros negros invadiram o largo para deixarem os senhores de Lisboa.

Todos pareciam o carro do Presidente.

Facto que incomodou uma senhora ao meu lado, que comentava em jeito de desabafo. Eu sem carro e eles a passearem com os carros pagos com o nosso dinheiro.

Os desabafos foram interrompidos porque finalmente a senhora obtinha reacções. Um outra senhora nem grupo á parte não deixou de responder, mas num tom diferente, de condescendência.

Que simpáticos que são, e a senhora que bem-parecida, como vai o presidente contente com o capote. Também com este frio.

Desta forma se punha um ponto final à extravagância sobre rodas que tinha invadido o largo da vila.

A simpatia e o capote alentejano desculparam a riqueza ostentada que incomodou as gentes da vila.

domingo, 14 de março de 2010

Passar fome


A alimentação é algo que nunca me preocupa quando viajo. Gosto de comer, de apreciar a boa comida e estar á mesa é um dos prazeres de que desfruto. Mas se algo não me agradar, facilmente encontro um substituto que me reconforte o estômago.

E como foi difícil reconfortar o estômago na Eslováquia.

Num Pais marcado pelo isolamento a que foi votado durante o período de ocupação comunista, não é fácil encontrar indicações em Inglês. Não há informação nos museus, igrejas e restaurantes, e não falo nas pequenas cidades como Detva, mas também na Capital, Bratislava, ou nas grandes cidades como Zvolen ou Banska Bystrika.

O jantar de três pessoas chegou a ser uma garrafa de vinho e uma panqueca. E o pior é que o jantar tinha lugar bem cedo, perto das seis horas, quando tudo o resto fechava a esse hora, de forma que se quiséssemos ir comer a outro lado era impossível.

Num País em que se vivia para sobreviver, estar á mesa não parecia ser ocasião para desfrutar de sabores mas para satisfazer uma necessidade, unicamente.

Os bifes são primeiro cozidos, para da água da cozedura fazerem as suas sopas, sempre pouco consistentes e desenxabidas. As carnes são normalmente panadas e recheadas ou cobertas de molhos doces.

Mas o prato tradicional aguardado com alguma expectativa, foi o que mais nos defraudou. Um puré de batata regado com bacon frito, aliás queimado, cuja gordura envolvia o puré. A acompanhar o puré era servido um pequeno jarro de barro com leite.

Depois de provar o puré, não fui capaz de continuar, disfarcei o quanto intragável me pareceu e voltei-me para o leite. A fome que sentia exigia que colocasse qualquer coisa no estômago.

Agradeci que houvesse leite, contudo, ninguém me tinha avisado que este era completamente azedo. Escusado será dizer que por obrigação e por necessidade foi um esforço hercúleo terminar o jarro de leite, mas bebi tudo.

Tomara, avizinhava-se uma noite longa, até ao café da manhã.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Encontrei a Mariza em Antuérpia



Visitei à pouco tempo uma cidade que adorei, Antuérpia.

Linda, magnifica, única… é uma cidade cosmopolita, não é Belga.

É conhecida como a cidade dos diamantes, onde 80% dos diamantes brutos do mundo são negociados. Quando saímos da Centraal Station, a rua dos diamantes é mesmo ao lado.

Mas a chegada a Antuérpia pela Centraal Station é uma experiência impactante. A Estação é uma obra de arquitectura magnífica, requintada e ela própria um dos mais belos monumentos da Cidade.

O pintor Rubens é de Antuérpia, e uma passagem pela sua casa é visita obrigatória, até porque esta situa-se mesmo numa transversal da Meir, que é a rua das lojas.

Na Meir é muito comum sentir-se o cheirinho a "waffle" quentinho, o que é maravilhoso no Inverno e obrigatório provar, bem como os deliciosos bombons.

Para viver a cidade, só mesmo o "Groenplaats" em frente ao Hilton. Na praça, o frio, o cheiro a castanhas ou "waffles", o homem a tocar violino ou saxofone, a arquitectura magnífica, os cafés (de preferência nas esplanadas) ….. e uma luz magnifica, quando o Sol se digna aparecer, resultam numa atmosfera mágica.

Num passeio frenético, apesar do frio, a máquina esgotava a memória em imagens captadas á direita e á esquerda.

Numa parede literalmente colada de cartazes sobre os espectáculos culturais a decorrer na cidade nos próximos dias deparei-me com este cartaz de Mariza.

Foi um burburinho entre os Portugueses e uma alegria que contagiou os colegas que nos acompanhavam, Alemães, Belgas, Italianos, Turcos e Noruegueses, como se a tivéssemos encontrado ao virar da esquina.

É estranho esse sentimento português que nos assola, mais ainda longe do nosso País. É uma saudade de tudo o que é português.

É estranho o efeito que um cartaz pode ter em nós. Ele representou naquele momento tudo que amamos, o orgulho de ser Português.

Por isso quis perpetuar esse momento de encontro com a alma lusitana.

O monólogo



Clube de Teatro na Escola.

Gostar de teatro, era à partida a única exigência para ficar responsável pelo Clube de Teatro.

Foi recrutado um grupo de jovens e contratado um actor capaz de preparar o grupo na encenação de uma peça pouco exigente, mas que resultou num trabalho árduo de meses, para decorar umas pequenas falas e meia dúzia de actos.

Foi marcada a estreia, dentro de grande expectativa.

Por insistência dos jovens e pretensos actores, fui convencida a participar na grande estreia. Foi escolhido um Monólogo de uma actriz decadente, em fase final de carreira.

Achei apropriado, desempenhar uma actriz no final da linha. Será tão mau quanto no início de carreira. Sim, porque a alma de artista está por vezes muito oculta. Como parecia ser no meu caso.

Pareceu-me mais fácil, dela não se esperaria um grande desempenho.

Sozinha em palco, recriava uma actriz no seu camarim, por entre memórias de melhores dias e dos últimos actos falhados.

Durante dias preparei as falas, gestos e passos em palco. Quanto mais as repetia mais insegura me sentia.

No dia da estreia, o meu desempenho foi magnífico. Encarnei completamente a actriz decadente.

Resultou mesmo um êxito….. de tão decadente.

quarta-feira, 10 de março de 2010

As cabeleireiras.





Nós as mulheres somos dependentes dos cabeleireiros, das manicuras e das depilações.

Daí que saber arranjar as unhas ou secar e cortar os próprios cabelos é tarefa de que me orgulho por não me obrigar a ser semanalmente dependente destes serviços.

Será normal que se questionem, como aprendi a fazê-lo.

A melhor aprendizagem faz-se na prática. Comigo assim aconteceu.

A minha amiga Manuela era a minha inspiração. Cortava habitualmente o cabelo à mãe. Tarefa que se apresentava como fácil, numa cabeleira grisalha e encaracolada, como a de sua mãe.

Querendo imitar um serviço que não aparentava qualquer dificuldade, decidi um dia cortar o cabelo á minha mãe. Contei com a minha amiga como ajudante, ela achava-se a minha mestra.

Preparamos as tesouras. Pouco mais. A cabeça, lavada e ainda molhada, esperava paciente e estranhamente confiante, o corte de cabelo.

Colocamo-nos, uma á direita e outra á esquerda e a aplicando a nossa melhor técnica, começamos. Passados 5 minutos resolvemos confirmar o trabalho já executado. Curiosamente, ou talvez não, os lados nunca pareciam estar simétricos. Sempre procurando essa simetria, cada uma cortava do seu lado.

O cabelo pouco a pouco, corte após corte, ia ficando mais curto, mas nunca o resultado nos chegou a satisfazer. Nem à minha mãe. Que, estranhando a demora e perdendo a anterior confiança, espreitou ao espelho.

Decidiu aí, recorrer aos serviços próximos de uma cabeleireira profissional, que num recurso de mestria lhe fez o corte mais curto de cabelo que jamais a vi voltar a usar.

Os sapatos novos

Uma senhora e a sua filha adolescente, que viviam numa vila do interior, nesse dia foram à cidade.

Na viagem de regresso a casa, sentadas lado a lado no banco do autocarro, dividiam a sua atenção entre conversas soltas e olhares curiosos para os outros passageiros.

A dada altura diz a mãe para a filha:

“Que chatice, queria calçar os sapatos novos e com a pressa acabei por trazer os velhos.”

A filha, olha para o pé da mãe, e diz:

“Não mãe, esses são os sapatos novos.”

Depois de várias espreitadelas aos pés da senhora, perceberam tudo, e enquanto a rapariga ria descontroladamente a expressão do rosto da mãe oscilava entre o riso e a vergonha de se ter passeado pela cidade com um sapato diferente em cada pé.

A angústia do branco

Quando a minha amiga me propôs criar um blog, imediatamente disse não.

Não porque não tenho paciência…

Não porque não tenho tempo….

Mas o meu verdadeiro motivo é a angústia do branco

“ Não sei o que vou escrever,
Estou cheia, mas também vazia.
Quero dizer tudo, não digo nada.
Os pensamentos fluem como uma cascata de ideias,
São muitos,
Trazem amor
E natureza também.
Estão cheios de música,
De paz e de liberdade.
Quero dizer tudo, não digo nada.
O branco é uma cor que inibe,
Tudo desaparece perante ele.
Talvez o verde-esperança…
Sim, vou escrever no verde.

terça-feira, 9 de março de 2010

O V Império



Depois da grandeza veio o desaire, depois do luxo a pobreza, depois da sorte só o milagre, depois da fé só a moral….

Que será de nós?

O destino só pode ser lido por poetas ou profetas .

Depois de Daniel, Bandarra, Vieira ou Pessoa, vimos nós, que sonhamos com a Profecia do glorioso papel de Portugal no mundo.

A partir de D. Sebastião passámos a encontrar-nos na saudade. O nosso regresso só pode ser espiritual.

Os Sebastianistas procuram uma nova identidade, que reanimará a alma da nossa Pátria. O sangue que nos corre nas veias é o da saudade.

Encontrar forma do V Império ser português. O Império da humanidade da universalidade, que só a inteligência pode encontrar.

Nós Portugueses (ainda) sohamos fazer a história do Futuro.

A carruagem do silêncio


Em visita a Arhus fui comprar um bilhete de comboio para Copenhaga, numa viagem que duraria 4 horas.

Depois de uma semana de férias, 4 horas é uma viagem que três mulheres sabem aproveitar para reviver histórias que escaparam nos briefings anteriores.

Na hora de comprar o bilhete, deparamo-nos com a primeira surpresa, se queríamos bilhete reservado teríamos que pagar um extra do valor do bilhete ou teríamos de ceder o lugar a quem o reservasse posteriormente, restando-nos lugares em pé. Depois tivemos a segunda surpresa, esses lugares eram na carruagem “do silêncio” pelo que teríamos que pagar outro extra.

Pagamos pois para irmos sentadas e caladas.

Pode até parecer interessante e necessário para quem viaja a dormir, a ler ou a escrever, mas para quem quer matar o tempo a falar e a rir, não é.

Foram 4 horas de pura tortura, onde um sussurro era objecto de olhares reprovadores e um riso abafado era recriminado.

É caso para dizer, que na Dinamarca o silêncio é de ouro.

Os treze anos.....


De férias no Algarve.

Em conversa com o filho de uma amiga, sobre a noite anterior.

O Miguel precoce para a idade, á muito que as meninas lhe despertavam interesse e era com expectativa que acompanhava os amigos mais velhos pelas esplanadas e bares da noite Algarvia
.
Perguntava-lhe se tinha conhecido alguma menina nova. Ele respondeu-me entusiasmado que conhecera uma inglesa e que tinham dançado próximos numa pista do bar.
Tentei saber mais.
Ele reviveu a noite, falou da tentativa de conversa em inglês, do sumo que lhe tentou oferecer….
Ainda interessada nos pormenores da noite, adiantei. Porque não a convidaste a dar um passeio junto ao mar

Eu? Nem pensar…. Depois teria de pagar 10 euros para entrar de novo.