sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O filho do meu colega


Na mesa do almoço as conversas entre os 4 habituais começam, terminam, ou não, pouco interessa, os assuntos também, tanto faz. Todos falamos e todos ouvimos, o interesse é mútuo. Aprendemos a ter respeito e a merecê-lo.

As questões laborais são discutidas com pormenores de cabeleireiro. As questões pessoais são obrigatórias, antes que um regresso a casa traga novos desenvolvimentos. E as novelas caseiras vão sendo desvendadas com a mesma fórmula de sempre, os colegas com filhos pequenos são os mais escutados.

Dizia um dos pais que o seu filho, confrontado com uma asneira que tinha feito e pressionado, no sofá, com a cara de poucos amigos do pai, tinha dito em jeito de assunto arrumado. O boneco encarnado disse para eu fazer derrubar o João e o boneco verde não me impediu. De quem é a culpa pai? Fomos esclarecidos que estes bonecos, criados pela mente do filho, são os responsáveis pelas acções mais ou menos atrevidas da criança. Calculo que a reacção do pai tenha sido igual á nossa. Não se pode castigar alguém pela culpa de três.

Virão estas crianças, estes fedelhos que ainda não pronunciam bem a língua materna, arranjar argumentos dignos de mentes diabólicas, como são a de experientes advogados ou de sagazes políticos. Estarão as suas cabecinhas programadas com chips de 4ª geração? Creio que sim, só os nossos neurónios, esses vão se apagando, á falta de oxigénio, ao excesso de álcool, e feitos de uma massa mais cinzenta que eficaz.

Mas na nossa cabeça esses conflitos também existem, e parece que cada vez mais os bonequinhos verdes ficam a perder, a força dos vermelhos impõe-se.

1 comentário:

  1. Ola kaka,
    o desenvolvimento moral já esta presente, não???

    afinal há um dilema entre o bem e o mal. A criança traduz inocentemente esse dilema.

    muito curioso, achei giro

    parabens

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