sábado, 20 de março de 2010

Se houvesse um buraquinho no chão




Uma das acções do nosso projecto tem a ver com a distribuição de alimentos às famílias beneficiárias do RSI.




Essa acção é da responsabilidade das colegas da área social.



Mas nesse dia, por motivos de serviços externos da Claudia, esta fez o seguinte pedido à Raquel:



"Se aparecer aqui alguém para levantar os alimentos, entregas e pedes para as pessoas assinarem, estão aqui os registos, só tens que procurar o referente à pessoa em causa."



A dada altura, apareceu uma senhora, que se apresentou, e referiu os alimentos.



De imediato a Raquel começou a folhear a pilha de papeis. "Recorde-me lá o seu nome? Célia quê?"



A senhora repetiu o nome. E a Raquel continuava a procurar o documento com esse nome. E como não encontrava voltava a repetir: "Célia das quantas?"



A senhora, com um tom de voz que me fez erguer os olhos do meu trabalho, disse:



"Dra. Célia A."



A Raquel não a conhecia, mas eu que percebi quem era, dei um salto da cadeira, dirigui-me para a mesa da atarefada moça na sua procura do documento que não conseguia encontrar e espalmei as mãos em cima da pilha de papeis, numa tentativa de esconder o que se estava a passar, e dizia a meia voz:



"Deixa Raquel, que eu trato disto." Ao mesmo tempo que lhe lançava um olhar que deixava passar uma mensagem, que de início ela não percebeu, mas que, pela forma como me dirigi à senhora e pelo diálogo iniciado, ela finalmente compreendeu o que se estava a passar, ao mesmo tempo que ía deslizando na cadeira de forma a ficar praticamente escondida pelo ecrã do PC.




E foi assim que evitei que a minha colega depusesse nos braços da Directora Regional desse serviço, umas paletes de arroz, outras tantas de leite em pó..........

7 comentários:

  1. Quando nos reunimos no almoço desse dia, e contámos às outras o sucedido, imaginem a risota, era de ir às lágimas.

    Ainda agora, enquanto relatava a cena tinha acessos de riso. Heehehheh

    ResponderEliminar
  2. Estou a imaginar a cena.

    Pelo aspecto exterior, hoje já não sabemos quem precisa de um pacote de arroz ou de farinha.

    Imagino o constrangimento (de ambas as partes)

    ResponderEliminar
  3. eh eh eh adorei a história, imagino a vossa cara... as meninas da vossa instituição deveriam fazer um seminário na nossa escola, é que nós já para evitar essas confusões temos as fotos de tudo o que é VIP nos nossos gabinetes... eh eh eh eh
    e mesmo assim cometemos deslizes lindos... eu próprio que sou HIPER HIPER competente em fisionomia e observação à priori das pessoas, já confundi um VIP da educação com o seu motorista eh eh he eh
    Olhem para a próxima, o melhor é não haver próxima senão ainda vão para o olho da rua...ah ah ah ah
    bjs
    O confuso

    ResponderEliminar
  4. Voar sem hasas:

    Acho que foi pior do que imaginas, pelo menos da nossa parte, porque a senhora não se desmanchou.

    Pollignac:

    A sugestão parece-me boa. Mas como se arranjam as fotos?

    ResponderEliminar
  5. Ora, ora essas informações só damos no seminário... se quiseres fazer a inscrição manda o cheque com 300,00€ e depois verás que valeu a pena! eh eh eh
    bjs
    O confuso

    ResponderEliminar
  6. Pedro,

    nem me lembres.
    Fui o resto da viagem com gelo na boca (pois rebentei o lábio)

    mas andei 3 dias com a boca como a Angelina Jolie

    ResponderEliminar
  7. manela: esqueceste te de dizer que a Exma. Sra. Dra. me olhou de cima a baixo....

    e olhou me com uns olhos que esses sim, se matassem, eu estava ali ardida a um canto!!!!!!!!!!

    e eu juro vos, que se tivesse mesmo um buraquinho, enfiava me todinha!!!

    mas confesso vos: hoje estou orgulhosa do meu feito, haja justiça neste país!!!
    :D

    ResponderEliminar